Lírios.

O jardim era composto de várias flores, das mais variadas cores e tamanhos, todas vivendo em harmonia. Mas duas flores, e apenas duas, eram únicas, um lírio vermelho como sangue e outro branco como a neve. Com o passar dos anos apenas os dois permaneciam ali, o maior orgulho do jardineiro.
Eles representavam a inocência e a malícia, mas eram apenas irmãos tentando viver suas próprias vidas. Toda pureza se resumia em pétalas alvas e sedosas, já o carmim era apenas um cetim manchado de tristeza.
Ninguém entendia como opostos podiam viver tão perto um do outro, como ambos conseguiam viver quase em sintonia. Mesmo quando um adoecia, o outro parecia se preocupar, quase um elo emocional, quase como se estivessem vivos. Mas aos poucos o pobre lírio branco começou a sentir a dor, sofreu suas próprias decepções e suas pétalas começaram a mudar. Do branco ao rosa e, logo, ao rubi.

Enquanto o Lírio Carmim tenta salvar a inocência da realidade.

2 comentários:

Veronica Rodrigues disse...

Cara, voce mandou bem dimais nesse texto, nessas palavras!
disse muita coisa em poucas palavras. Os opostos se atraem mas com a convivência acabam nao sendo mais opostos.

um beijo. E otima semana pra ti.

Laís Thalles disse...

Adorei Carmim.. Adorei..