Céu de Mármore.

Quando me perdi
Na loucura da vida
Não esperava ser bem recebido
Por tudo aquilo que me matava

Eu era feliz em meio aos vícios
Só assim conseguia suportar
A dor de vivenciar
Toda porta em meu caminho se fechar

Mas logo começou a chover
E me senti revigorado
Caminhando lentamente
No bairro alagado

Nenhuma voz
Nenhuma luz
E eu não existia

Vagando por entre os fantasmas
De vidas perdidas
Aqueles que foram devorados
Pelos medicamentos controlados

E a deficiência moral
Motivava uma caminhada mais longa
Esperando a loucura passar
Pra poder dormir sem me drogar

Mas no dia seguinte
É a mesma sensação
Preciso da agulha
E voltar a sonhar

Na lucidez não existe sol
Só a escuridão do meu quarto
E quando eu saio pra me jogar
Iluminando as ruas, somente o luar

Hoje vou sentar nessa rua
E olhar pras estrelas
Esperando um milagre
Alguém pra me salvar
E, mais uma vez, me ajudar a acreditar.

Um comentário:

Laís Thalles disse...

Loucura..
" A arte de ser louco é jamais cometer a loucura de ser um sujeito normal". - Raul Seixas.