O Violonista de São Paulo.

Era uma vez
Uma agitada cidade
Seu nome era São Paulo
Palco dos mais variados atores

Mas com o tempo
Ela começou a ruir
Uma praga se espalhou
Já não havia alegria para fluir

Incertezas e solidão
Assolavam esta terra
Então foi chamado um homem
Que dizia portar a solução

Pediu de pagamento
Uma bela paixão
Aceito o acordo
Ele tocou seu violão

Uma bela melodia
Uma balada melancólica
Extinguindo a tristeza
Anulando a avareza

Aumentou seu ritmo
Para um tom alegre
As incertezas se esvaiam
Levando a solidão

Mas pobre homem
Ao final o esqueceram
Ou decidiram não ligar
Era ele e seu violão

Resolveram não pagar
Pois já tinham a felicidade
Traíram o músico
Que trouxera o fim da calamidade

Então ele decidiu se vingar
E tocou outra música
Uma perdida no tempo
Algo que poderiam se lembrar

Levou consigo os sonhos
E expectativas
Todo o potencial
Restando a moral

Nunca mais o viram
Nem mesmo as qualidades
Dizem que ele as devorou
Em um surto de vaidade

A única certeza
É a cidade de São Paulo
Agora cinza e fria
Somente aço e prataria

Agora se resume a cinzas
Do que um dia fora um reino
Uma cidade fantasma
Que dos novos habitantes
Acaba por devorar a alma.