Acenderam as luzes, eu ainda estava meio chapado, ausente de meu corpo. Senti um punho em minha garganta, me forçando a engolir, quando voltei à realidade, estava sentado olhando pro céu. Muitos caminhavam ao meu redor, conversas inaudíveis e gritos histéricos.
Alguém sentou ao meu lado e voltou-se à mim.
-"Quando pretende terminar seu texto?"
-"Logo, por enquanto eu procuro inspiração."
Continuamos ali, até que todos entraram e me chamaram, sentei à frente do piano e fiquei imaginando como seria saber tocá-lo. Meus dedos corriam pelas teclas e uma melodia triste se formava, eu apenas pensava nas sentenças que seriam escritas, uma após a outra. Uma sensação ruim se formava, como uma dor de estômago, sentia um vazio me dominar. Cada dedo começava a pressionar com mais força e as frases se tornavam mais fortes. Foi ai que comecei a relembrar minha ruína. Saí e fui escrever, sentei-me e comecei.
"Violência."
"Estava lá parado, olhando a razão de minha dor. Ele ria de mim, olhando minhas lágrimas, mas logo seu semblante mudara. Eu mesmo passara a rir, descontroladamente.
Abri a mala, peguei uma faca e me aproximei, cara a cara com meu facínora. Sua respiração era pesada e lenta.
-"O que você vai fazer? Me matar?" E voltou a rir.
-"Não, a morte é muito pra um verme como você, eu vou arrancar cada grito de dor que você ainda tem guardado." E me afastei novamente.
Acendi um cigarro e analisei a situação. Estava lá, vestido para impressionar, com mil testemunhas à procura de um show. Puxei com força a fumaça para os pulmões e soltei devagar. Ao meu pedido, ele foi preso ao chão, uma corrente em cada braço e perna, da maneira que eu queria.
Comecei com a faca que tinha em mãos, grafei o nome de minha irmã em seu peito, não muito fundo para que não sangrasse demais. Deixei que escorresse um pouco e limpei com álcool, enquanto ele se debatia, cobri de sal e passei para as pernas. Peguei um martelo na mala, alguns procuravam não olhar, outros se deliciavam, mas o som das batidas era uniforme. Como um coração, uma após a outra, interrompidas pelos urros de dor, enquanto eu deformava uma das pernas. Passei para a outra, do joelho para baixo, três batidas em cada, quando um dos ossos transpassou a pele. Puxei com firmeza, arrancando-o de dentro da carne, a ferida sangrava, cobri de sal. Ele não iria morrer até que eu permitisse.
Subi para as coxas, retirei a pele com um ralador e deixei a carne exposta. Com calma e sem pressa, esmaguei cada um dos testículos com meu sapato, depois, cortei o orgulho daquele lixo e o fiz comê-lo. Limpei a cavidade e a costurei, tapei com gazes e fiz um curativo. Na platéia, muitos vomitavam e outros iam embora, poucos ficaram para assistir, assassinos e traficantes na maioria. Ele já começara a entrar em estado de choque, pedi que o acordassem. Um de meus amigos era médico e tinha medicamentos, aplicou meia ampola de adrenalina. Na mesma hora ele acordou e voltou a gritar, soluçando e chorando.
Resolvi seguir as praticas antigas e apliquei várias agulhas embaixo das unhas, depois quebrando as mãos com o martelo. Passei a ser mais criativo, fiz um corte limpo, do antebraço até o pulso, dali, comecei a descolar a pele por dentro. Procurei os tendões e os estourei com as mãos, um a um. Quando percebi, 3 horas haviam passado. Restava apenas eu e mais 5, além de meu paciente.
Estava quase satisfeito, peguei um cutelo e bati, uma em cada canela. Passei as correntes pelo tórax, bem apertadas, para não soltar, e o resto no carro. Levaram dois quilômetros, aproximadamente, para que os gritos cessassem. Parei o carro e havia sobrado apenas um rascunho do que foi um dia um homem.
Sorri, minha vingança havia sido completa, me sentia mais leve e o vazio se fora. Nos dias que se passaram, os jornais documentaram como o mais horrendo assassinato já visto, ganhando âmbito internacional, enquanto eu era chamado de monstro e outros nomes. Mas eu me sentia em paz, eu conseguira minha justiça."
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