-"Todos cometemos erros na vida, não fui a única, mas me arrependo de ter comprometido nossa amizade."
-"É, mas eu já nem lembro mais porque eu deva ser seu amigo."
Esse foi o ponto final, nenhum dos dois disse mais nada. Ela viu que eu falava sério e saiu do carro, antes de eu ir, olhei nos olhos dela, dois lindos olhos castanhos de onde escorriam lágrimas de cristal. Continuei sem me importar com as atitudes violentas e desnecessárias, estava mais preocupado com as compras que eu precisava fazer antes de voltar.
Pena que eu estava completamente sem vontade de gastar mais tempo em coisas tão entediantes, enquanto procurava alguma distração, mesmo que momentânea. Voltei para casa e deitei no sofá, acendi mais um cigarro, tomei o resto da meia garrafa de vinho que sobrara e nem mesmo me lembro de ter dormido, lembro apenas de acordar mais uma vez com o som dos sinos infernais, comprimidos em um pequeno aparelho, mas que pode ser extremamente irritante e destrutivo. Permanecia bêbado, pouco me importando com quem ou o que eu falava, apenas tropeçava em palavras e atropelava palavrões, gritei e desliguei, por precaução, retirei a bateria.
Já que estava acordado, resolvi fumar outro cigarro, lembro-me de me questionar pelo número de cigarros que fumo em 24 horas e não gostei do resultado. Mas poderia relevar, afinal, após tudo o que eu havia passado, nada mais justo que inalar um pouco de câncer. Levantei do sofá procurando algo para comer, encontrei um pacote velho de bolachas dentro da geladeira e desatei a mastigar, como um esfomeado.
Deitei novamente no sofá e fiquei olhando para o teto, procurando o sono, pensando em quão aconchegante pode realmente ser e como era bom sentir a nicotina dominando meu cérebro. Acordei novamente e estava tudo escuro, já nem sabia mais que horas eram ou qual dia era. Infelizmente eu possuía um problema clínico, uma falha menor, e essa contravenção me obrigava à lutar minhas batalhas em tempo recorde. Somando uma semana, dormi 4 horas, já não prestava atenção e comecei a descobrir como funciona um corpo lançado ao limite.
Somando a irritabilidade com o ócio, entendi o termo "Nervos à flor da pele", algo que eu preferia deixar na prateleira do desconhecido. Criei coragem e fui na fármacia queimar mais dinheiro, só que dessa vez, em prol de minha saúde mental. A drogaria fica à aproximados 5 minutos de meu lar, fui andando e ouvindo música, na volta, tomei cerca de quatro comprimidos e deitei-me, só não lembro ao certo onde.
Quando finalmente acordei, ainda grogue, lembrei de ligar o celular para eventuais ligações de parentes ou trabalho, liguei o computador e vi minha caixa de e-mail abarrotada de coisas por fazer e pessoas com quem falar. Ignorei tudo aquilo que não me traria frutos e aproveitei para tentar conversar com alguém. Encontrei uma antiga amiga de curso e começamos a conversar, horas se passaram, rimos e trocamos elogios, ao final, menti sobre meu estado de espírito, para não parecer tão desanimado como realmente estava e desliguei o computador. Logo em seguida recebo uma ligação dela.
-"Vai dormir?" Ela me disse em um tom carinhoso.
-"Não, só me cansei de internet." Eu falava enquanto tirava as teias de aranha dos armários à procura de qualquer coisa que eu pudesse mastigar.
-"Ah, entendi, não quer sair pra fazer algo?" As palavras dela escorriam como mel pelos meus dedos.
-"Pode ser, escolhe algo." Puxei uma das cadeiras da cozinha e saboreei um miojo cru.
-"Quero ir ao cinema, mas você tem que me buscar e me levar cedo." Disse ela, impondo uma certa barreira.
-"Tá. Que dia é hoje?"
-"Sexta."
-"Vai fazer algo amanhã?"
-"Não, porque?" Ela já desconfiava sobre minha resposta.
-"Só pra saber mesmo."
-"Ah, sei."
-"Em meia hora eu estarei ai, tchau." E desliguei sem esperar um retorno.
Subi as escadas, tomei um banho, coloquei uma roupa qualquer e fui.
Continua.
Esse foi o ponto final, nenhum dos dois disse mais nada. Ela viu que eu falava sério e saiu do carro, antes de eu ir, olhei nos olhos dela, dois lindos olhos castanhos de onde escorriam lágrimas de cristal. Continuei sem me importar com as atitudes violentas e desnecessárias, estava mais preocupado com as compras que eu precisava fazer antes de voltar.
Pena que eu estava completamente sem vontade de gastar mais tempo em coisas tão entediantes, enquanto procurava alguma distração, mesmo que momentânea. Voltei para casa e deitei no sofá, acendi mais um cigarro, tomei o resto da meia garrafa de vinho que sobrara e nem mesmo me lembro de ter dormido, lembro apenas de acordar mais uma vez com o som dos sinos infernais, comprimidos em um pequeno aparelho, mas que pode ser extremamente irritante e destrutivo. Permanecia bêbado, pouco me importando com quem ou o que eu falava, apenas tropeçava em palavras e atropelava palavrões, gritei e desliguei, por precaução, retirei a bateria.
Já que estava acordado, resolvi fumar outro cigarro, lembro-me de me questionar pelo número de cigarros que fumo em 24 horas e não gostei do resultado. Mas poderia relevar, afinal, após tudo o que eu havia passado, nada mais justo que inalar um pouco de câncer. Levantei do sofá procurando algo para comer, encontrei um pacote velho de bolachas dentro da geladeira e desatei a mastigar, como um esfomeado.
Deitei novamente no sofá e fiquei olhando para o teto, procurando o sono, pensando em quão aconchegante pode realmente ser e como era bom sentir a nicotina dominando meu cérebro. Acordei novamente e estava tudo escuro, já nem sabia mais que horas eram ou qual dia era. Infelizmente eu possuía um problema clínico, uma falha menor, e essa contravenção me obrigava à lutar minhas batalhas em tempo recorde. Somando uma semana, dormi 4 horas, já não prestava atenção e comecei a descobrir como funciona um corpo lançado ao limite.
Somando a irritabilidade com o ócio, entendi o termo "Nervos à flor da pele", algo que eu preferia deixar na prateleira do desconhecido. Criei coragem e fui na fármacia queimar mais dinheiro, só que dessa vez, em prol de minha saúde mental. A drogaria fica à aproximados 5 minutos de meu lar, fui andando e ouvindo música, na volta, tomei cerca de quatro comprimidos e deitei-me, só não lembro ao certo onde.
Quando finalmente acordei, ainda grogue, lembrei de ligar o celular para eventuais ligações de parentes ou trabalho, liguei o computador e vi minha caixa de e-mail abarrotada de coisas por fazer e pessoas com quem falar. Ignorei tudo aquilo que não me traria frutos e aproveitei para tentar conversar com alguém. Encontrei uma antiga amiga de curso e começamos a conversar, horas se passaram, rimos e trocamos elogios, ao final, menti sobre meu estado de espírito, para não parecer tão desanimado como realmente estava e desliguei o computador. Logo em seguida recebo uma ligação dela.
-"Vai dormir?" Ela me disse em um tom carinhoso.
-"Não, só me cansei de internet." Eu falava enquanto tirava as teias de aranha dos armários à procura de qualquer coisa que eu pudesse mastigar.
-"Ah, entendi, não quer sair pra fazer algo?" As palavras dela escorriam como mel pelos meus dedos.
-"Pode ser, escolhe algo." Puxei uma das cadeiras da cozinha e saboreei um miojo cru.
-"Quero ir ao cinema, mas você tem que me buscar e me levar cedo." Disse ela, impondo uma certa barreira.
-"Tá. Que dia é hoje?"
-"Sexta."
-"Vai fazer algo amanhã?"
-"Não, porque?" Ela já desconfiava sobre minha resposta.
-"Só pra saber mesmo."
-"Ah, sei."
-"Em meia hora eu estarei ai, tchau." E desliguei sem esperar um retorno.
Subi as escadas, tomei um banho, coloquei uma roupa qualquer e fui.
Continua.
2 comentários:
Ficou bom.. : )
espero a continuação..
Tô adorando esta história, me parece tão real...
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