O Palhaço acordou, bebeu um gole de vinho amanhecido e foi pro banheiro. Olhou-se no espelho e a maquiagem estava disforme, a preguiça matutina o impedia de arrumar ou tirar aquilo. Foi tomar café assim mesmo, sentou-se no canto e começou com uma enorme xícara de café preto e uma torrada com manteiga, terminou, sentindo-se mais revigorado, e acendeu um cigarro. Todos ajudaram a montar a lona, e ele sempre lá sozinho e quieto, somente com a fumaça ao seu redor.
Inicia-se o espetáculo e ele é o mais feliz ali, ri e pula, brinca, brinca e brinca, fazendo todos sorrirem. Antes de dormir, toma outro porre para esquecer e desmaia na cama. A mesma rotina acontece todos os dias, e ele sempre sem reclamar.
Deixou de trabalhar um dia, em homenagem aos seus defeitos, e decidiu parar. Matou-se.
Quando o viram, ficaram sem entender. Cometeu suicídio na lápide da bailarina russa, só depois descobriram que ele a amava e por ter amarrado a corda errado, ela morreu. Carregou a culpa por 10 anos, para criar uma filha da bailarina, uma criança loira de olhos verdes, magra e alta, com a graça de um cisne.
Se chamava Carmine.
2 comentários:
Uau!! Que texto!!! Achei um máximo o desfecho foi muito bom. Sem palavras.
Beijo mocinho.
Carmine.
É um lindo nome.É o nome mais lindo que eu já ouvi, na verdade, pq foi vc quem o pronunciou.
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